terça-feira, 30 de setembro de 2008

3 Contos de 37 caracteres, o desafio.

no Overmundo 
por  Guto Maia

Ontem falei com Jeová sobre síntese.

Vim, vi, venci o pior. Fui penúltimo.

Sou calmo. Esquartejei-os calmamente


segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Estagiários Inc.

por
Márcia Denser* no Congresso em Foco

Resolvi invocar a Virgem Padroeira dos Estagiários Inc. que está no céu, na terra, em toda parte há muito tempo e o TEMPO TODO, de forma que os seres privilegiados portadores de emprego atualmente sofrem – além de todos os males, ameaças, sanções, proibições, reciclagens, flexibilizações, coações, efeitos parafuso, dominó, passaralhos, papagaios, perdas salariais, puxadas de tapete, puxassaquice pânica, pressões de cima para baixo, debaixo para cima & demais desgraças trabalhistas superpostas – dessa espécie de “assédio etário onipresente” nos locais de trabalho.

Então ocorrem umas abordagens mais ou menos assim: mocinha vem conversar com a gente no jardim-fumódromo apresentada pelo fulano do beltrano do sicrano, familiarmente e simpaticíssima vai dizendo ser de Peixes, primeiranista de Jornalismo na (segue sigla ou nome indecifrável), é faculdade nova, saca? dizendo estar disposta a nos ajudar em textos, transcrições, edições,“numa boa”, “sem remuneração”, “apenas para ganhar experiência”,inclusive se tivermos freelas até porque mora ali em frente, já perguntando nossos nomes, comentando que coincidência também descendo de italianos, mistura de índio com italiano, interessante, ficando íntima, anotando e-mails e telefones no celular, daí jogamos o cigarro, sorrimos, nos despedimos, troca de olhares enviesados, a mocinha vai embora, então suspiramos e após um curto silêncio sem palavras, acendemos outro cigarro só por desaforo.

Como “sem remuneração”, se é precisamente o Capital que anda entupindo empresas públicas e privadas com estagiários a partir de 12 anos, promovendo o referido Assédio Etário, uma das falanges dos exércitos de reserva de mais-valia, donde que os profissionais no exercício da profissão viraram ilhas cercadas de invasões por todos os lados, inclusive o de dentro, pois que nome darei a esta Sutil Intimidação Psicológica que do ponto de vista hipócrita do patrão não passa de Paranóia (nossa)?

Porque o Capital finge celebrar a juventude (nos fodendo por tabela) enquanto lhe nega qualquer futuro, carreira profissional, educação superior, porque a juventude só lhe é conveniente inculta, mal informada, burra, engolindo tudo o que lhe é enfiado pela mídia & pelo marketing, uma vez que o Capital delegou à mídia a função EPISTEMOLÓGICA.

Então, sem chance, brother, ou tu aprende tudo rapidinho e baratinho assistindo a tevê – aberta, claro, a todas as sapiências inimagináveis –, indo ao shopping, lendo Veja, Caras, Piauí, Estadão, colecionando os clássicos da Folha – mais cultural que isso, bro, só assinando a tevê a cabo – ou tu dança, tá ligado?

Infelizmente é preciso tempo e dinheiro – bons colégios e universidades, apoio físico, moral, afetivo de pais & mestres, etc. para o ser humano se tornar culto, inteligente, um profissional eficiente, isto é, produtivo num sentido absoluto, um cidadão de primeira classe, porque tempo é dinheiro, isto é, Capital.

Tá ligado?



PUBLICADO EM:22/09/2008

* A escritora paulistana Márcia Denser publicou, entre outros, Tango Fantasma (1977), O Animal dos Motéis (1981), Exercícios para o pecado (1984), Diana caçadora (1986), Toda Prosa (2002) e Caim (2006). Participou de várias antologias importantes no Brasil e no exterior. Organizou três delas - uma das quais, Contos eróticos femininos, editada na Alemanha. Mestre em Comunicação e Semiótica pela PUC-SP, é pesquisadora de literatura brasileira contemporânea, jornalista e publicitária.



CONVITE
Prefeitura da Cidade de São Paulo
Secretaria de Cultura
Centro Cultural São Paulo
convidam para

Diálogos - Formando leitores
com:
Marina Colasanti (escritora e jornalista)
mediação: Márcia Denser (escritora e curadora do projeto)

30 de setembro

Debate sobre a narratividade como alimento espiritual, da memória oral e escrita, da magia da leitura silenciosa e do livro como obra imperecível
.

Terça, das 19h30 às 21h30
Piso Flávio de Carvalho - entrada franca

Mais informações: www.centrocultural.sp.gov.br

Centro Cultural São Paulo
Rua Vergueiro, 1000 -
CEP 01504-000
Paraís

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

dança das idéias


por Guto Maia publicado no Overmundo

Idéias são dançarinas sensuais e caprichosas, que dançam tentando seduzir-nos. Uma a uma passam diante dos nossos olhos e roçam seus lenços sedosos e macios na nossa face, e insinuam-se e oferecem-se para que as sigamos, prometendo mil e uma noites de prazer num bambolear sensual.

Hoje elas vieram me visitar. Quando os primeiros raios de luz do dia riscaram minha cara, meu cachorro se aninhou melhor nas minhas pernas, mas ele já sabia que estava na hora, e que não ficaria muito mais tempo ali, no quentinho da coberta e do papelão.

Ele aprendeu desde pequeno que é assim todo dia. Bem cedinho, pego minha carroça, ponho em cima os badulaques, bagulhos e cobertores onde dormi, e saio pelas ruas do bairro em busca de tudo que possa ser reciclado. Grande companheiro, o meu cão. Chamo-o de “dog”, porque sei que dog é cachorro, em Inglês, por causa do “hot-dog”. Antes ele ia em cima da carroça, agora que cresceu ele vai do meu lado, andando. Mas hoje também tenho a companhia das dançarinas (que me aporrinham a cabeça!).

Olho a cena pela janela. Penso em voltar para a cama. Mas com certeza as idéias que me tiraram o sono, não me deixarão mais dormir, resolvo colocá-las no papel. Assim, ficarei livre delas pra sempre. Aí, começo meu trabalho. Cato um resto de palavras aqui, algumas rimas de versos de pés quebrados ali, alguns fragmentos de linhas mal traçadas descartadas acolá. Sobras de conversas, sorrisos amarelos, sentimentos embolorados, projetos esfacelados, esperanças perdidas, juras de amor desfeitas, frases que não foram ditas, tudo serve, culpas acumuladas. Tudo que possa ser restaurado. Tudo que eu conseguir juntar, alguém quererá um dia. Vivo dessas sobras, raspas e restos de sentimentos, lágrimas embotadas, corações partidos.

Mas as idéias, essas caprichosas aí de cima, do parágrafo anterior, são insaciáveis. Quando mais me desdobro, me descabelo, me esfolo; tanto mais elas me subjugam, e me flagelam, e me extasiam. Sou seu escravo. Seu escriba. Escrevo. Elas me detêem.

Eu, catador. Catador de sonhos recicláveis em forma de palavras. Ou, vice-versa. Minha contribuição para o mundo é essa. Dilacerando-me, como o pelicano de Victor Hugo, ajudo na purificação, purgação, penitência, expiação, sei lá... E isso me alimenta. Palavras me alimentam. Inclusive as que não foram ditas. E regurgito. Mesmo em pensamentos, e isso serve a alguém, que também se alimenta. Palavras em pensamentos são energia, portanto existem. Idéias são energia (e me aporrinham a cabeça!).

Algumas palavras, no entanto, não têm valor pra mim. Há pessoas que até tentam reciclá-las. Eu, simplesmente as dispenso: juízo de valores, preconceitos, rancores, mágoas, são palavras difíceis de serem reformadas. Como um vaso quebrado, é difícil torná-las reutilizáveis, a não ser como armas, que também não gosto. Quem anda armado, um dia vai ter que disparar, e no revide, uma palavra perdida certamente atingirá alguém que não tem nada a ver com o pato, que vai ficar marcado pro resto da vida... Agora fiquei com sono.

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Textos perversos

["Mulher bailarina repousa", de Guto Maia]por Guto Maia * no Amálgama

O que como texto
Quero comer o que escrevo até me empanturrar. Até virar suco do que escrevo e não mais me reconhecer. Para isso, leio sem parar, tudo que me cai nas mãos. Recentemente, descobri o prazer de ler na tela. Maravilhoso. Sempre é preciso de tempo, esse algoz e cúmplice (depende, se estamos de frente ou de costas pra ele, se estamos indo ou voltando), que é o bem mais precioso que prezo e de que nem sempre disponho. E, também o mais desperdiçado por aí, no trânsito, nas filas, nos quartos sombrios, nas relações sem futuro, nas faculdades incompletadas por engano…

(...)O que como carne e osso
Hoje visitei seres virtuais, que são de carne e osso, como eu (como eu?). A tecnologia me transporta, mas quem me ensina são eles, de carne osso (não mais como eu, mas como texto! Como texto?) (...)
(...) O que como ferida
Um dia acordei, e vi que eu não era exatamente aquilo. Não queria ser exatamente somente aquilo. Não conseguiria jamais chegar a ser exatamente aquilo. Decididamente, eu não queria me tornar, viver e morrer somente aquilo. Então, fui sumariamente expulso de novo, por mim mesmo. Fui procurar minha turma de novo. Ou nova turma novamente. E, eis-me aqui de novo, batendo na tua porta… Voltei, agora pra ficar. Ficar? Ficar, o cacete! Certamente (ainda) não! Pensa que sou burro? Burro eu era no texto de cima. Agora não!

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segunda-feira, 22 de setembro de 2008

São Paulo criativa e barata


por Helena Aragão,
Rio de Janeiro (RJ), publicado no
overmundo

São Paulo respira idéias boas, originais e – melhor – que circulam gratuitamente ou a baixo custo. Das muitas notícias e novidades geradas na metrópole todos os dias, duas postadas por aqui chamam atenção.

O seminário internacional e interativo Crie Futuros – Economia criativa vai reunir um time variado de gente de ONGs, empresas e governo para discutir como a criatividade pode contribuir para melhores visões do futuro. Nos dias 22 e 23 de setembro, vai ser possível ver debates e palestras de profissionais de esferas variadas, como George Yúdice, coordenador de Estudos Latino-americanos da Universidade de Miami, Wellington Nogueira, do Doutores da Alegria, Niède Guidon, presidente da Fundação do Homem Americano, no Parque Nacional da Serra da Capivara (PI) e Ronaldo Lemos, professor do Centro de Tecnologia e Sociedade da FGV e um dos idealizadores do Overmundo. Vale a pena conferir a programação e os participantes no post de Paula Martini – repare que as inscrições já estão rolando e são gratuitas! E fique de olho na cobertura que vem por aí.
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quarta-feira, 17 de setembro de 2008




Venir Kommen ياتى Идвам 到達 오다 Doći Kom Tulla Έρχομαι आना Komen Come Venire 来る Komme Przyjść Veni Приходить Kom Přijít

terça-feira, 16 de setembro de 2008

Marcia Denser

Márcia Denser
Um dos últimos dragões do jornalismo brasileiro, Fausto Wolff é uma figura inesquecível, que sempre manteve o pensamento independente e jamais vendeu a alma ao diabo.

*Texto publicado no site Congresso em Foco
* A e
scritora paulistana Márcia Denser publicou, entre outros, Tango Fantasma (1977), O Animal dos Motéis (1981), Exercícios para o pecado (1984), Diana caçadora (1986), Toda Prosa (2002) e Caim (2006). Participou de várias antologias importantes no Brasil e no exterior. Organizou três delas - uma das quais, Contos eróticos femininos, editada na Alemanha. Mestre em Comunicação e Semiótica pela PUC-SP, é pesquisadora de literatura brasileira contemporânea, jornalista e publicitária.

domingo, 14 de setembro de 2008

Não seja mal arte-educado






Bem vinda / bem vindo ao
doisdobrasil.blospot.com
Conheça um site em gestação dedicado à educação e cultura. Um depositário de idéias de arte-educadores, professores, escritores, poetas, filósofos, artistas e todos aqueles que têm prazer em dividir o que sabem, com arte e bom humor. Um espaço de aprendizes que dão valor ao estudo, à pesquisa, ao Conhecimento, e têm orgulho disso.

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Quando os bons são melhores

por Guto Maia
Os bons são amados. Os bons são bem tratados. Os bons ganham mais. Os bons são seguidos e formam opinião. Mesmo quando suas opiniões não tão boas. Os bons nem sempre são os melhores, mas sempre saberão parecer bons o suficiente para que ninguém tenha dúvida que são muito bons. É bom estar no meio dos bons. A gente aprende mais, se diverte mais. A gente lê os melhores livros, assiste aos melhores filmes, antes da estréia; vai a óperas. Conhece as melhores mulheres, convive com pessoas inteligentes. Anda nos carros mais velozes. Mas, para estar entre eles - os bons -, é preciso parecer-se com um deles. Para quem não é muito bom, há técnicas de infiltração, dessas que jornalistas e espiões usam. É preciso usar um disfarce de bom. É fundamental estudar os hábitos dos bons, seu habitat, manias, etc, e tentar imitá-los em tudo. Os bons são um grupo de elite fechadíssimo, que só aceita seus iguais. Embora os bons possam parecer simpáticos e receptivos, (cuidado!) alguns pontos de atenção são fundamentais para o disfarce.
Alguns ítens para parecer bom:
1. Sorriso. Os bons sorriem mais, portanto têm bons dentistas;
2. Beleza. Bons são belos. É imprescindível ser belo, se você não for, fica mais difícil parecer bom;
3. Riqueza: Bons são ricos. Quem não nasceu rico, tem que fazer de tudo para ficar, senão nunca parecerá bom o suficiente. É quase impossível passar-se por bom sem dinheiro;
4. Inteligência. Os bons são inteligentes, pelo menos, parecem ser. Olhares e expressões inteligentes são fundamentais. Esforce-se para parecer inteligente;
5. Auto-estima. Os bons se amam. Mergulhe com tudo nos livros de auto-ajuda. O poço não tem fundo;
6. Cultura. Os bons são cultos. Entre na primeira banca, pesquise na internet. Leia, leia muito. Estude. O estudo faz o indivíduo, por pior que seja, parecer bom. Às vezes, de tanto estudar para tentar parecer bom, o indivíduo acaba tornando-se um;
7. Astúcia. Os bons são espertos, sagazes. Os bons são argutos. Têm o olhar vivo dos que não se deixam enganar, nem erram nunca, no máximo cometem deslizes, que os fazem parecer humanos;
8. Diplomacia. Os bons são habilidosos na negociação. Quem não é tão bom assim, sente tanto prazer de estar perto de um bom, que só percebe o quanto cedeu tarde demais;
9. Honestidade. Os bons parecem tão honestos que são confundidos com pessoas honestas;
10. Energia. Os bons têm energia saindo pelo ladrão. Parecem onipresentes, onipotentes, onicientes, e dão a impressão de que precisarão de mais 3 vidas para realizar tudo que planejam. E recebem antecipadamente por isso;
11. Sensibilidade. Os bons são capazes de emocionarem-se às lágrimas diante de uma obra de arte, respeitam os desvalidos, mas detestam os medianos;
12. Firmeza. Os bons são incisivos. Impositivos, são capazes de errar com tanta convicção e segurança, que todos sentem-se envergonhados de pensarem diferente. Os bons chamam isso de atitude;
13. Liderança. Os bons são frios e calculistas. Chegam a ser cruéis com comandados, adversários, inimigos e familiares;
14. Justiça. Parecem justos. São justos, principalmente com seus sentimentos. São capazes de criar uma ética própria, que se enquadra no seu senso de justiça e valores. Criam regras, princípios, normas e diretrizes, que, óbvio, sempre os privilegiam;
15. Cabotinos. Egocêntricos e vaidosos. Todos esperam que os bons sejam egocêntricos e vaidosos de sua imensa bondade e sabedoria;
16. Auto-indulgentes. Permitem-se qualquer exagero em nome de seus princípios. Sentem imenso prazer em serem reverenciados. Sempre têm muitos seguidores em volta. O poder dos bons é medido pelo tamanho do seu séquito;
17. Determinados. Os bons são focados, concentrados nos seus objetivos. Nada os demove de suas intenções;
18. Esmero técnico. Os bons são caprichosos. Qualquer trabalho feito pelos bons são bem feitos e têm acabamento impecável;
19. Detalhistas. Chegam a ser insuportaveis com serviçais e subalternos. Os bons ficam histéricos com partículas de poeira em algum móvel da casa, têm ojeriza a camisa amassada, terno mal cortado, cheiro de cigarro(mas, adoram cheiro de charuto havano), bebida falsificada, perfume barato, mofo, animais, crianças, pic-nics, acampamentos;
20. Auto-controle. Calma. Os bons são capazes de executar qualquer projeto arriscado, qualquer investimento (principalmente com dinheiro alheio), qualquer mega-empreendimento com a serenidade de um monge;
21. Vencedores. Os bons são os melhores. Sabem que ser vice é ter sido derrotado, e que o mundo só reverencia os primeiros colocados. "We are the champions, my friend!"
22. Sorte. Principalmente sorte. Os bons têm sorte pra cacête! Especialmente, por terem nascido onde nasceram, seja lá onde foi.
ESQUERDO / DIREITO


quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Aprendizes de ensinar

por Guto Maia
Um país que privilegia o “se dar bem na vida” a qualquer custo, ao invés da criação de um “projeto de vida pessoal ”, baseado na constância da leitura e no estudo; onde o mau exemplo vem da maioria dos pais, que mentem, enganam e são dissimulados para com os filhos; um país que culturalmente incentiva a polarização dos seus cidadãos entre “espertos” e “manés”; que não protege seu meio ambiente; que produz um eleitor que não sabe em quem votou nas últimas eleições; elege governantes desqualificados, que têm o interesse em perpetuar o statu quo vigente degradado, que o geriu, mantém e privilegia. Esse país nos leva a sucumbir e merecer o que temos, embora não aceitemos. E ainda nos deixa a todos culpados pela falta de atitude. Talvez, só as novas gerações (que temos a incumbência de educar) podem salvar nosso país. Ainda assim, é preciso que saibamos como educar. Educação começa no exemplo e na ação. A reflexão que você propõe é um bom exemplo de educação. Somos aprendizes de ensinar.
(comentário sobre: "Nossa classe média é culturalmente pobre", de Marcelo Spalding
Porto Alegre, no Digestivo Cultural , em 11/09/2008

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Biografias II

por Marcia Denser*
Agora estou lendo a biografia de Gore Vidal escrita pelo próprio (Palimpsesto, memórias. Rio, Rocco, 1996), considerado o maior rival e inimigo declarado de Truman Capote. Quer dizer, “lendo” é força de expressão, antes “decifrando” aquilo que sobrou duma péssima tradução: ironicamente tanto Vidal quanto Capote em versão brasileira empatam, isto é, são igualmente mal traduzidos. E, absurdamente, Gerald Clarke, um escritorzinho de quinta categoria, biógrafo de TC [1], recebe uma tradução impecável assinada por Lya Luft (lembrando que, um dia, ela foi uma escritora rigorosamente da série literária).
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[1] Capote, uma biografia. Gerald Clarke: S.Paulo, Editora Globo, 1993.
*Texto publicado no site Congresso em Foco

*A e
scritora paulistana Márcia Denser publicou, entre outros, Tango Fantasma (1977), O Animal dos Motéis (1981), Exercícios para o pecado (1984), Diana caçadora (1986), Toda Prosa (2002) e Caim (2006). Participou de várias antologias importantes no Brasil e no exterior. Organizou três delas - uma das quais, Contos eróticos femininos, editada na Alemanha. Mestre em Comunicação e Semiótica pela PUC-SP, é pesquisadora de literatura brasileira contemporânea, jornalista e publicitária.

Zé da Luz | Projeto Viramundo | Fernando de Nororonha

Graaande Zé da Luz! Nesse cenário fica melhor ainda. Parabéns!

Trailer | Projeto Viramundo | Fernando de Noronha

Camilla, Cauê, Leonardo, Melissa, João, Rebeca:
A
primeira impressão é a que não fica! Eu me sinto de peruca e peladão, esboçando um comentário sobre o"working in progress" de um documentário que terá pessoas muito mais competentes para fazê-lo (comentário), quando ficar pronto (documentário). Mas, confio na intuição, que (geralmente) acerta na primeira, ela diz que vocês são ótimos e o trabalho ficará humanamente maravilhoso, como dá pra perceber pelos ricos personagens que habitam a Ilha. Estarei torcendo e aguardando. Parabéns! Guto.
Ah, e a música escolhida foi demais!

domingo, 7 de setembro de 2008

Alguns preferem peixe crú...

(Foto gentilmente pirateada do blog The BEING HAD Times)

Brincadeiras em Grupo: CABRA-CEGA

http://i176.photobucket.com/albums/w172/meninalimao/cabra.jpg

CABRA-CEGA: - (MODERADO)
Material: 1 lenço e um saquinho de farinha.
Desenvolvimento: - Cabra cega?! - Senhor. - De onde vieste? - De trás da serra. - Que trouxeste? - Um saquinho de farinha. - Dá-me um bocadinho/ - Não chega p’ra mim mais minha velha. As crianças todas tentam beliscar o saquinho de farinha que a cabra-cega, de olhos vendados, no meio da roda tem em uma das mãos; e ela tenta agarrar as que lhe aproximam. A que se deixa prender, ou tocar, passa a ser cabra-cega e a brincadeira recomeça.

Abra os olhos na hora de votar!

Novotel Morumbi 5 de setembro

diego baptista guto maia












rossana rosengarten diego












rossana baiana





doisdobrasil + pandeiro

AS VÁRIAS FACES DA TIRANIA


por*José de Almeida Amaral Jr
>>>observando uma estrutura que expunha pequenas estatuetas milenares de barro representando músicos, aproxima-se uma dupla, garoto e seu pai, de onde ouço o seguinte diálogo: - o que é isso? perguntou a criança. E a resposta: - São ídolos. Venha, vamos embora, sentenciou o homem de forma curta e grossa puxando o filho pela cabeça. Ignoraram solenemente os painéis explicativos presentes ao longo dos corredores e em cada item exposto.
Esta cena assistida remeteu-me imediatamente à experiência da autora romena descrita anteriormente. Aquela que com sua família fugiram no desejo de preservar sua lucidez. A liberdade de pensar, de ter idéias, de atuar. De vir ao mundo para conhecê-lo e nele interagir. Em outras palavras: de serem palhaços, acrobatas, malabaristas. De serem sujeitos. Arriscaram desastrosamente sua existência por essa chance. Por outro lado, o menino, iniciando ingenuamente sua longa jornada na busca de decifrar a vida e, paradoxalmente, imerso naquele esplendoroso ambiente das artes plásticas e humanidades, é tolhido também brutalmente, tendo anulado o seu direito de saber, impondo-se sobre ele a obscuridade. Sem diálogo. Sem meios termos. Sem mais nada. Radicalismo de pai para filho, como uma genética da ignorância. Reproduz-se a subserviente cegueira dogmática proibição da reflexão. Massa de manobra.
O não à divergência, ao querer saber por que, ao aprofundamento, à interpretação. Inquisições, fogueiras ou paredões para os que ousam pensar. Exegese? Hermenêutica? Portas fechadas à razão. Idolatria da estupidez, impiedosa tirania.
Em plena ‘era do conhecimento’, do mercado globalizado, dos saltos tecnológicos nas ciências exatas e biológicas, a humanidade caminha com passos curtos em alguns de seus direitos mais básicos que devem ser estendidos indiscriminadamente a todos: alimentar corpo e a mente com dignidade.
Leia mais artigos de *José de Ameida Amaral Jr publicados no Jornal Mundo Lusíada online
*Prof. José de Almeida Amaral Júnior
Professor universitário em Ciências Sociais, Economista, pós-graduado em Sociologia e mestre em Políticas de Educação, Colunista do Jornal Cantareira, Colunista pela Pascom na Rádio 9 de Julho Am 1600 Khz e escreve semanalmente
para o Mundo Lusíada Online. http://www.mundolusiada.com.br/COLUNAS/ml_coluna_170.htm

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

DoisdoBrasil in trio



















O DoisdoBrasil(
GutoMaia** e Rossana Rosengarten***) duo que se apresenta em hotéis e eventos há 13 anos, passa a contar com Diego Baptista****, violonista erudito e percussionista. A estréia acontece no próximo sábado, dia 6 de setembro de 2008, a partir das 12 horas, no Novotel Morumbi*****.


*DoisdoBrasil www.doisdobrasil.com

**Guto Maia nasceu em São Paulo, músico, compositor, editor e artista multimídia. Estudou música no Clam, Cia das Cordas, Studio Meyer. Teve aulas com Luis Chaves, José Roberto Araújo, Kiko Moura, Arnaldinho do Cavaco , Luis Tatit, José Miguel Wisnik. Workshop com Conrado Paulino. É formado em Adm. de Empresas (Universidade Brás Cubas e Uni-Santana), cursou 3 anos de Arquitetura na Faculdade de Belas Artes; extensão universitária em Artes, na UFMG (2 anos); foi do Coralusp (3 anos), Coral do Centro Cultural SP (3 anos), e Madrigal Canto Vivo (2 anos). Cursou teatro, no Macunaíma; dramaturgia, poesia, ficção e crônica, na Oficina da Palavra; pintura, no Atelier Franulic; desenho, na Escola Panamericana de Arte. Participou de diversas exposições de artes. Foi professor do Senac (2 anos), Escola Novo Horizonte (4 anos), , Atelier Franulic (4 anos)e Teatro Escola Macunaíma (4 anos).Escreveu e dirigiu, entre outras, a peça "Nunca Me Vi, Sempre Me Amei! (Jornada Sesc /1993). Compôs trilhas para teatro, vídeo e participou de festivais. Primeiro Lugar na Promoção: “EU ADORO MPB” da Rádio Musical FM, e finalista do I Festival O Feitiço de Áquila da Canção /97 (Duo Brasil). Criou e foi coordenador de Oficinas Culturais. É Editor dos blogs "Canal do Nicolau!" e "DoisdoBrasil", de arte-educação e cultura.

***Rossana Rosengarten é cantora mezzo-soprano. É formada em Educação Artística pela Faculdade de Belas Artes/SP. Integrou o Coral Lasar Segall por 7 anos, e teve aulas de técnica vocal com Bia Malnic e Vânia Storolli. Primeiro Lugar na Promoção: “EU ADORO MPB” da Rádio Musical FM, e finalista do I Festival O Feitiço de Áquila da Canção /97 (Duo Brasil). Foi professora do Colégio Renascença (2 anos), e artista plástica. Formação: Educação Artística na Faculdade de Belas Artes de São Paulo; História da Canção Brasileira no Sesc; desenho na Escola Panamericana de Artes, percussão com prof. Tatá.

****Diego Baptista Paulistano nascido em 1979, é Bacharel em Filosofia pela USP; mestrado pela UNICAMP , e cursando doutorado; iniciou-se ao violão sob a orientação de Éder Francisco, tendo estudado também com Everton Gloeden e concluido o 4º ano do curso de Violão Erudito na ULM (Universidade Livre de Música). Participou de workshops de técnicas do violão popular com Camilo Carrara e Ulisses Rocha. Desenvolve atualmente trabalho de pesquisa e execução da obra violonística de Villa-Lobos, a qual tem apresentado em restaurantes e bares de hoteis. Atuou em mais de cinquenta apresentações como violonista do grupo “Versátil Serenatas”. Utiliza um violão do luthier Luis Carlos Pepeneli-2005. É professor de violão erudito e popular e integrante do grupo "Os Pagãos", de choro instrumental e canções brasileiras.

*****Hotel Novotel Morumbi Rua Ministro Nelson Hungria, 450 - Morumbi SP (11)3787-3401

terça-feira, 2 de setembro de 2008

Concordo, mas lutarei até a morte para provar o contrário

Um francês apaixonado por japinhas. Autor de "Espinafre de Yukiko" e "Garotas de Tokio", dois ótimos títulos já publicados no Brasil e representantes do nouvelle mangá.
Frédéric Boilet -- nouvelle mangá
http://www.boilet.net/

por *Caue Maia, no seu multiply

Existe um Homero em cada autor

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O Estado de São Paulo - 31/08/2008 - por Rodrigo Lacerda

A Ilíada e a Odisséia são duas obras que certamente se encaixam numa coleção chamada Livros que mudaram o mundo. Escritas por volta de 800 anos antes de Cristo, desde então fazem parte do chamado cânone ocidental. Mas nem sempre este pertencimento ao cânone foi visto com tanta naturalidade. É exatamente do processo de consolidação dessas obras, e de seu autor, na lista dos clássicos de todos os tempos, que trata o novo livro do escritor, tradutor e antologista Alberto Manguel, Ilíada e Odisséia - Uma biografia (Jorge Zahar, Trad. , , 272 pp., R$ 39,90). Os capítulos de abertura abrem espaço para um pequeno resumo dos poemas e para a indefectível discussão sobre a existência ou não de Homero. Mas não são eles que importam. Fazer a "biografia" dos dois livros primordiais da literatura grega, como propõe o título, significa recuperar as diversas leituras que já inspiraram.

http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20080831/not_imp233584,0.php

Afinal, qual é o lugar da autoria na rede?

Por Fábio Oliveira Nunes*
>>>Evidentemente que nos apegamos naquilo que criamos: desvencilhar-se deste caráter paternal é um desafio, realmente! Desde que as fontes estejam claras (como pedem as licenças abertas), em alguns casos, poderemos nos render a criadores mais sagazes que nós, sentindo-nos até mesmo honrados, por que não?

A história da arte é uma constante de inúmeras releituras – o que nos torna apenas fiéis depositários de condições presentes.>>>
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Publicado no Cronópios 28/8/2008 23:42:00

(comentário) por Guto Maia
2/9/2008 01:39:16
Fábio, sempre pertinente essa discussão sobre autoria de obras na internet. Possivelmente, os "direitos" de criação passarão a ser pautados por uma nova Ética, que vem sendo escrita também "work in progress", através de fóruns e reflexões como a que você propõe. Como ainda não existem fórmulas que consigam normatizar a maioria das questões na internet, tudo parece acontecer sem diretrizes. Uma coisa é certa, a qualidade de tudo que se publica, vem melhorando profundamente, pois os céticos e resistentes à grande rede, até então, começam a aproximar-se, trazendo, com seu ceticismo, uma demanda por qualidade menos codificada. Ao mesmo tempo, eles descobrem que há vida inteligente na internet há muitos anos. Por outro lado, cada vez mais, os leigos digitais também têm acesso assegurado pela abertura dos códigos. Então, a seleção natural vai acontecendo como um rastilho de pólvora aceso. De toda discussão de alto nível, espera-se soluções idem. Talvez, o desapego possa vir a ser uma delas, e o grande privilegiado - o Conhecimento, e não a lei do mais esperto.
Abraço.

Fábio Oliveira Nunes*: Guto, excelente comentário!
Concordo completamente. Aliás, se pretendemos alcançar novos níveis de qualidade de conteúdos da rede não poderemos nos render ao medo da “lei do mais esperto”, esperando que as tramas da rede sejam lugares seguros algum dia.
Abraço!


Publicado no Cronópios 2/9/2008 01:39:16

*Fábio Oliveira Nunes(ou Fabio FON) É doutor em artes na ECA-USP, pesquisando sobre a arte em novos meios. É também mestre em multimeios na UNICAMP e bacharel em artes plásticas na UNESP. Atua como artista multimídia e webdesigner. É autor de Web Arte no Brasil (http://www.fabiofon.com/webartenobrasil) e co-organizador do site Artéria (http://www.arteria8.net).Site pessoal: http://www.fabiofon.com E-mail: fabiofon@hotmail.com