quinta-feira, 28 de agosto de 2008

O que como texto

por Guto Maia
>>>Quero comer o que escrevo até me empanturrar. Até virar suco do que escrevo e não mais me reconhecer. Para isso, leio sem parar, tudo que me cai nas mãos. Recentemente, descobri o prazer de ler na tela. Maravilhoso. Sempre é preciso tempo, esse algoz e cúmplice, (depende, se estamos de frente ou de costas pra ele, se estamos indo ou voltando. Correndo atrás ou dele), que é o bem mais precioso que prezo e de que nem sempre disponho. E, também o mais desperdiçado por ai, no trânsito, nas filas, nos quartos sombrios, nas relações sem futuro, nas faculdades incompletadas por engano... Tempo de aprender, tempo de plantar, amadurecer, renascer... Então, cato mais um pouco do seu tempo aqui, outro pedaço ali, de alguém que o esqueceu, outro, que ninguém viu passar, outro rasgado que ninguém quis acolá; e vou juntando tudo numa colcha de retalhos de pensamentos, um patchwork colorido de lembranças que vira um tecido de sentimento, dou um acabamento e, pronto!, um pedaço de vida que parece novo. Um dedo de prosa a mais, na costura, uma boa risada, uma lágrima que ninguém viu... E vem o arremate. Feito o acabamento, mostro o resultado, orgulhoso e, às vezes, até emocionado - coisa besta de quem escreve e quer ser lido, e alguém falará: "puxa isso parece que fui eu que escrevi! Tem tudo a ver comigo. É a minha cara!". Ai, penso: "eu, que achava que estava sendo original..." Como sou burro.
Leia mais>>>

terça-feira, 26 de agosto de 2008

Música é agora obrigatória nas escolas

por José de Ameida Amaral Jr
Em 18 de Agosto de 2008 o presidente da república sancionou a lei nº 11.769 que altera a de nº 9.394/96, Lei de Diretrizes e Bases da Educação - LDB, para dispor sobre o ensino da música na educação básica, tornando finalmente obrigatório o seu estudo nos níveis fundamental e médio no país. Até agora, dentro do que estava sendo estipulado pela LDB, a música era conteúdo optativo na rede, a cargo do planejamento pedagógico das secretarias estaduais e municipais de educação, podendo a escola oferecer no ensino geral artístico música, teatro, dança e/ou artes visuais. Mas, com a mudança, agora a música passa a ser conteúdo obrigatório, embora não exclusivo. Isto representa que o planejamento pedagógico deve continuar a também contemplar as demais áreas artísticas. O Ministério da Educação recomenda que, além das noções básicas de música, dos cantos cívicos nacionais e dos sons de instrumentos de orquestra os alunos aprendam também cantos, ritmos, danças e sons de instrumentos regionais e folclóricos para que, desta forma, os estudantes possam conhecer a amplitude cultural brasileira. >>>
Leia mais>>>


Leia mais artigos de >>>José de Ameida Amaral Jr

200 Anos – Música para a Corte e para o povo

publicados no Jornal Mundo Lusíada online

Amores paulistanos

por Guto Maia
O amor tem dessas coisas. Como disse Itamar Assunção: "Venha até São Paulo ver o que é bom pra tosse! Venha até São Paulo dance e pule o rock and rush. Venha até São Paulo viver à beira do stress. Fuligem catarro assaltos no dia dez". São Paulo produz filhos que a renegam. O orgulho de ser paulistano é instável como a própria cidade. Após cada inalação, volto a amá-la. Qual o perfil do verdadeiro paulistano? Quem vive nos Jardins, no Brás ou na periferia? No Bom Retiro, quem não lê coreano, sente-se estrangeiro diante das placas das lojas. Uma cidade que é de todos, não é de ninguém. Ser filho de quem não é de ninguém, é perturbador. Sabemos cada defeito da nossa mãe, mas quando a ofendem viramos bichos. Mas, amanhã tudo recomeça, e a luta pela sobrevivência volta a nivelar a todos por baixo da poluição. E, no trânsito, blasfemaremos num coro de insensatos alérgicos. Os que lutam com palavras, procurarão fazer justiça com as próprias mãos... O amor tem dessas coisas.

[Sobre "Trauma paulistano"] no Digestivo Cultural

O que como (Textos Perversos)

porGuto Maia
>>>Um dia acordei, e vi que eu não era exatamente aquilo. Não queria ser exatamente somente aquilo. Não conseguiria jamais chegar a ser exatamente aquilo. Decididamente, eu não queria me tornar, viver e morrer somente aquilo. Então, fui sumariamente expulso de novo, por mim mesmo. Fui procurar minha turma de novo. Ou nova turma novamente. E, eis-me aqui de novo, batendo na tua porta... Voltei, agora pra ficar. Ficar? Ficar, o cacête! Certamente, (ainda) não! Pensa que sou burro? Burro eu era no texto de cima. Agora não!Tô só tomando fôlego. Não gosto da tua mão gelada. Gente do nosso barro, quanto mais instigada, mais aguerrida fica. Somos como o touro na arena. Quanto mais pares de banderilhas no lombo, mais agressivo ele se torna. A única diferença é que o touro não sabe quem vai morrer primeiro. Nós sabemos. Torquato dizia: "Leve um boi e um homem ao matadouro. Quem berrar mais na hora da morte, é o homem, nem que seja o touro!" Demorei para entender essa frase humanista e bovina, talvez, porque sou um pouco burro... Mas, a arte tem dessas coisas que a própria razão desconhece, não são para serem entendidas, apenas sentidas. Quem se expressa na arte, lambe tanto a ferida que fica impossível cicatrizar.>>>
Leia mais>>>

segunda-feira, 25 de agosto de 2008

Do Digestivo

Trauma paulistano, por Eduardo Mineo
em 25/8/2008

Depois de ser apresentado à zona sul carioca, não consegui mais pensar em como apresentar São Paulo sem usar o qualificativo "droga" antes de tudo:

― Esta é a droga do Ibirapuera.
― Esta é a droga da Avenida Paulista.
― Esta é a droga da praça da Sé.

Leia mais>>>

Lí no Amágama

Comentário sobre

"Lembranças Revisitadas", de Paulo Vilmar, no Amálgama

PorGuto Maia /// 25–08–2008 9:09 am

Quantos, por todos os motivos e cantos do mundo, não tiveram, não têm, jamais terão, essa generosidade/capacidade/necessidade de usar de forma tão competente essa ferramenta/arma de fazer justiça à própria consciência histórica: um texto sincero e bem escrito? Esse, lhes dá voz.

Leia o texto>>>

* Paulo Vilmar é advogado e mora em Santa Maria-RS. Blog: http://caldodetipos.blogspot.com/

domingo, 24 de agosto de 2008

Nicolau, de Neanderthal @ Digital

por Guto Maia  
Eu não falava português quando nasci. Aliás, nem falava. Tivesse eu nascido na China, falaria chinês.  Tivesse nascido cachorro, latiria.  Nascido burro, rebusnaria! E mesmo que eu nascesse surdo e não falasse, ainda assim, viajaria pra todo canto, e me faria entender, até por cachorros e burros de outras regiões que falam chachorrês e rebusnês, é claro. Comunicação entre seres vivos é da vida. Mesmo um eremita ou ermitão na sua solidão, se comunica com outros seres de outras espécies menos solitárias e menos estúpidas que ele (!), talvez. Há quem acredita até, que os vivos se comunicam com os mortos! A internet elevou essa comunicação (de vivos com vivos! e até com mortos, talvez (!)) a potências infinitesimais e inimagináveis.
Quando nem havia internet, alguém sentenciou: “Quem não se comunica, se estrumbica!” E, tome buzinada!
Somos todos “Chacrinhas” na internet. Escrevemos meta-textos, falamos por tags, acessamos por play, iconizamos tudo (!).
Quando olho >>>, já sei pra onde estão querendo me mandar ir. Já não me ofendo quando o computador fala: “você não quis dizer isso ou aquilo? (sua besta!)”, me chamando descaradamente de burro! Ou, quando duvida da minha competência, quando pergunta: "tem certeza que quer ir para esse link?" (seu estúpido!). Não ligo mais, sei que tudo é pro meu próprio bem. Relaxo. A intuição nunca foi tão bem exercitada como hoje. Já não me desespero quando leio: "erro grave. esse programa tem que ser encerrado imediatamente”, ou “você cometeu uma ação ilegal”. Me pergunto: “como conseguimos viver tanto tempo sem internet, celular, laptops, memória virtual, etc?” Como éramos “desconectados” da realidade, rs! Vivemos hoje a era da googlelização, wikipediamos qualquer dúvida, rankeamos qualquer microemoção, rakeamos ideias, favoritamos nossos iguais, twittamos nossos inimigos, queremos-nos seguir nossos ídolos, roubamos até seus perfis. Agregamos valor a tudo que nos diz ou não diz: Respeito (!).
Hoje, haverá algum problema sem solução? Existirá ainda alguma dúvida sobre o que quer que seja?  Encontramos em tempo real, respostas pra quaisquer perguntas. Nem sempre confiáveis, mas estão à mão. Pergunte: "quantas porcas você precisará para todos os parafusos de todos os dormentes de uma ferrovia de 2.000 quilômetros", e você terá a resposta!  Vivemos no futuro: portanto, nem nascemos ainda. Julio Verne sentiria inveja da nossa competência. Eu como tecnologia, eu viro tecnologia, como um verme virtual, um virus viral. Há seis meses, eu era um excluído virtual, um analfabeto digital. Hoje, me engajo até em salvar chinchilas brancas do interior do Alaska, onde nunca estive e talvez nunca vá! Mas, me senti compelido a ir pela web. E, quando vejo @ sei que vou para algum lugar que nem imaginava que existisse (!); quando clico num link, ciclo várias encarnações de compartilhamentos, posso não saber o que vou encontrar, mas sei que estou indo para um caminho sem volta. Invento neologismos “inicializando” um novo ciclo na minha vida! Um caminho que nem é visível, por conseguinte etéreo, atemporal, virtuoso e ideal, como maconha para um hippie cibernético.
Navegar é preciso, viver nunca foi tão preciso; se você sabe por onde navegar, você vale mais e se salva, tudo se encerra então numa grande batalha naval de navegadores invisíveis. Não adianta mais só saber nadar para não se afogar. Esse mar também queima! Temos, então, que aprender a andar sobre as águas, abrir oceanos. Seremos onipotentes e onipresentes. A grande vantagem do ser virtual, é ser inacabado. Pode ter alguém lendo esse texto agora, e nem sabe que já estou mudando o final... Talvez, quando voltar, eu até o tenha deletado, tamanho o meu poder. Simples, assim. Mas, não está mais aqui quem falou. Já está lá no futuro!. 

(e, no entanto, ainda não temos a cura do câncer, da gripe, da aids, da fome, da falta de caráter, de dignidade...)

A humanidade caminha a passos largos de tartaruga.

Guto Maia

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Aqui, sem que ninguém nos leia...

Por Guto Maia
Pessoal e intransferível...Parece que o melhor lugar para escrever algo que ninguém vai ler é um blog. É ótimo para esconder escritos. Melhor que gavetas. Em gavetas (coisa antiga!), alguém sempre acaba achando. É como o adúltero que quer ser descoberto. A sensação frustrante e resignada de blogueiro lembra Ionesco que passou a vida toda tentando provar para o pai que escrevia bem, depois de ter seus escritos de criança bisbilhotados numa gaveta. Seu pai sentenciou que eram muito ruins. O dramaturgo produziu uma vasta obra, na compulsão de desmentir o pai. Ao final da vida curvou-se ao inexorável, afirmando: “Tudo que escrevi é muito ruim. Meu pai tinha razão!” Pois é, quem escreve em blogs descobre que escreve pra si, mas tem a garantia de que seus pais nunca lerão.

[Sobre "Crise existencial blogueira"]
no Digestivo Cultural

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Anarco-capitalismo & Transgressões Inc.

por Marcia Denser *

>>>Desde o século XVIII, o próprio Marx escreve: “O que distingue a época burguesa de todas as precedentes é a incessante introdução de mudanças na produção, a desestabilização contínua de todas as instituições sociais, a permanência da instabilidade e do movimento. Todas as relações sociais dissolvem-se; as que as substituem envelhecem antes mesmo de se esclerosarem. Tudo o que era sólido, se desmancha no ar, tudo o que era sagrado se encontra profanado e, afinal, os homens são forçados a considerar com um olhar desiludido o lugar que ocupam na vida e suas relações recíprocas.” Leia mais>>>
  • O dia do escritor
Me disseram que 25 de julho foi Dia do Escritor.
Mas quem decretou, instaurou, determinou arbitrariamente que no mês de julho, dia 25, seria comemorado ou inaugurado ou lembrado ou midiado ou festejado ou reminded the writer? Hein?

Leia mais>>>

*Texto publicado no site Congresso em Foco
* A e
scritora paulistana Márcia Denser publicou, entre outros, Tango Fantasma (1977), O Animal dos Motéis (1981), Exercícios para o pecado (1984), Diana caçadora (1986), Toda Prosa (2002) e Caim (2006). Participou de várias antologias importantes no Brasil e no exterior. Organizou três delas - uma das quais, Contos eróticos femininos, editada na Alemanha. Mestre em Comunicação e Semiótica pela PUC-SP, é pesquisadora de literatura brasileira contemporânea, jornalista e publicitária.

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

Seres urbanos e ets

Por Guto Maia

À noite, vejo formas no horizonte que ao invés de libertar os olhos, confinam.

Vejo luzes da cidade, que ao invés de iluminar o caminho, criam um caleidoscópio de imagens e pensamentos intermitentes. Um redemoinho sonolento que me traz sempre de volta ao mesmo lugar, para depois fugir no espaço novamente e novamente retornar...Interessante isso: re-tornar nova-mente. Como se o retorno ao mesmo ponto pudesse representar o novo!

Do desconforto de um banco confortável, vejo um verdadeiro ataque de luzes brilhantes, coloridas. Imagino ovnis extraterrestres tentando abduzir aos que não estão, como eu, na proteção dos seus aquários, naves-aquários inexpugnáveis de poderosa blindagem. Sinto que às vezes, os que estão do lado de fora me olham com compaixão, mas desprezo-os. Pra dizer a verdade quase nem os noto.

Sinto-me seguro dentro dessa nave transparente.

Não serei atacado. Estou protegido.

Meus cavalos sob meus pés são poderosos. Tá certo que, ao invés de cavalgar , marcam passo sem sair do lugar. Isso me irrita por um instante. Depois, volto aos pensamentos fugazes e sonolentos. Todos os cavalos comprimidos a meus pés, iniciam um cortejo lento, como se estivessem prestes a explodir em expansão pelos ares, mas eu os contenho, não sem uma leve dor renitente nos pés pelo esforço continuado. Penso no médico.

Paradoxalmente, a noite traz a certeza de que sobrevivi mais um dia. Tenho a sensação de ser um vencedor.. Sinto um alívio de pensar assim. Olho pro lado. Vejo, em outra nave-aquário, uma bela loira. Ela acende um cigarro. Penso: “como é que pode?” Sinto saudade, nem sei direito de quê. Talvez da irresponsabilidade/coragem/ilusão/ingenuidade/petulância de outrora... Mas, o dever me chama: primeira, segunda, primeira, segunda... Primeira, segunda terceira...agora vai!

É isso aí. Seres urbanos sentem-se alienígenas sem noção de tempo e espaço. Às 7 da noite, dentro de suas naves-aquários, encalacradas no trânsito, são abduzidos pelas luzes em volta, e transportados para ilhas paradisíacas. Pena que logo chegam em casa, e o sonho se acaba...

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Dia da Preservação do Mico

Por Guto Maia
Hoje é o dia do pai que é uma mãe. Do pai que é um filho. Do avô que é um pai. Do neto que é um pai. Do pai que é só pai. Do pai que só foi pai. Do pai que gosta de ser pai. Do pai que será pai. Do pai que sempre foi pai. Do pai que está perto. Do pai que nunca estará longe. Do pai que se foi... Hoje é o dia de todo pai que se emocionou ao ver os filhos nascerem. Que se emociona quando pensa neles. Hoje é o dia do pai que quer estar com os filhos. Hoje é dia do pai que nunca deixou de estar com os filhos. Hoje é o dia do pai que sonha com os filhos. Dia do pai amado. Dia do pai odiado. Hoje é o dia de todo pai! Hoje é o meu dia! Dia dos homens. Hoje é o único dia do ano que eu tenho a certeza e o privilégio de saber que fiz - e vou deixar, algo de bom para o mundo: meus filhos! Meu pai, meu avô, meu bisavô, todos os pais que vieram antes de mim estão felizes. Ofereço a eles a melhor obra que eu poderia conceber: meus filhos. Parabéns, hoje é o nosso dia! Sou um elo que se sente completo. Meus filhos são do mundo, mas eu estarei neles onde eles estiverem. O sonho de imortalidade é a metáfora que se realiza nos filhos. Um pai não espera gratidão, reverência ou reconhecimento. Não haverá presente maior do que o sorriso de um filho para o pai. Pai se emociona com todas as pequenas e grandes vitórias dos filhos: começar a andar, começar a falar, aprender a ler, escrever, começar a namorar, trabalhar, faculdade, formar-se, vencer disputas. Pai tem essa coisa besta de macho. Hoje é dia dos paus... isso pode ser herético, mas é eréctil, e é isso que faz um pai.

Matou a saudade e foi ao teatro>>>

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

Quando a vaca cai do morro...

Um Mestre da sabedoria passeava por uma floresta com seu fiel discípulo, quando avistou ao longe um sítio de aparência pobre e resolveu fazer uma breve visita ...
Durante o percurso ele falou ao aprendiz sobre a importância das visitas e as oportunidades de aprendizado que temos, também com as pessoas que mal conhecemos.
Chegando ao sítio constatou a pobreza do lugar, sem calçamento, casa de madeiras, os moradores, um casal e três filhos, vestidos com roupas rasgadas e sujas ...
Então se aproximou do senhor aparentemente o pai daquela família e perguntou: Neste lugar não há sinais de pontos de comércio e de trabalho, então como o senhor e a sua família sobrevivem aqui?
E o senhor calmamente respondeu:
"Meu amigo, nós temos uma vaquinha que nos dá vários litros de leite todos os dias. Uma parte desse produto nós vendemos ou trocamos na cidade vizinha por outros gêneros de alimentos e a outra parte nós produzimos queijo, coalhada, etc ... para o nosso consumo, e assim vamos sobrevivendo".
O sábio agradeceu a informação, contemplou o lugar por uns momentos, depois se despediu e foi embora. No meio do caminho, voltou ao seu fiel discípulo e ordenou:
Aprendiz, pegue a vaca, leve-a ao precipício ali na frente e empurre-a, jogue-a lá em baixo".
O jovem arregalou os olhos espantando e questionou o mestre sobre o fato da vaca ser o único meio de sobrevivência daquela família, mas, como percebeu o silêncio absoluto do seu mestre, foi cumprir a ordem. Assim, empurrou a vaca morro abaixo e a viu morrer.
Aquela cena ficou marcada na memória daquele jovem durante alguns anos e um belo dia ele resolveu largar tudo o que havia aprendido e voltar naquele mesmo lugar e contar tudo àquela família, pedir perdão e ajudá-los.
Assim fez, e quando se aproximava do local avistou um sítio muito bonito, com árvores floridas, todo murado, com carro na garagem e algumas crianças brincando no jardim. Ficou triste e desesperado imaginando que aquela humilde família tivera que vender o sítio para sobreviver, "apertou" o passo e chegando lá, logo foi recebido por um caseiro muito simpático e perguntou sobre a família que ali morava há uns quatro anos e o caseiro respondeu:
Continuam morando aqui.
Espantado ele entrou correndo na casa, e viu que era mesmo a família que visitara com o mestre. Elogiou o local e perguntou ao senhor (o dono da vaca): Como o senhor melhorou este sítio e está tão bem de vida ???
E o senhor entusiasmado, respondeu:
Nós tínhamos uma vaquinha que caiu no precipício e morreu, daí em diante tivemos que fazer outras coisas e desenvolver habilidades que nem sabíamos que tínhamos, assim alcançamos o sucesso que seus olhos vislumbram agora ...

Este “causo” foi contado por Fátima Regina Gomes Coelho, tutora do curso on-line Aprendendo a Empreender, do Sebrae

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

A exceção é uma regra calhorda






Por Guto Maia Cumplicidade...
Ela já foi aquilo
Ele acha que não é mais só aquilo
Ela quer ter aquilo
Ele não conseguiu vencer aquilo
Ela quer viver aquilo
Ele tem medo de terminar aquilo
Ela sabe muito aquilo
Ele matou aquilo
Ela tem aquilo
Ele come aquilo
Ela não deu aquilo
Ele sofreu aquilo
Ela só elogia aquilo
Ele não pode ver aquilo
Ela quer parecer aquilo
Ele foge quando aparece aquilo
Ela sabe tudo aquilo
Ele desistiu de entender aquilo

sexta-feira, 1 de agosto de 2008

Quando a estética da dialética devora a ideologia

Por Guto Maia
Pior que perfume barato, a internet deixa rastro para quem tem nariz. O cara aí de cima acabou de morrer, mas o que ele pensava talvez se espalhe como sangue de uma chacina. Dialética é isso ai! Dá direito aos mais fortes de raciocínio, vingarem-se dos mais fortes de grana, de poder, ou dos mais chatos de falácia. Tá certo que o cara (George Denis Patrick Carlin 12 mai1937 - 22jun2008) foi um comediante de stand-up americano, e como tal, podia ter vários interesses ao defender valores, principalmente os do seu bolso, com teorias polêmicas, mas nisso havia técnica e talento; e o fato de já ter morrido, (no mês passado), passa a ter o peso mais pesado que em geral os dialéticos estetas procurados vivos ou mortos, passam a ter quando morrem. Ou seja, viram fantasmas vingando-se dos vivos permanentemente. Haverá exceção? Ou, a exceção é uma regra calhorda criada pelo ser humano para justificar ressalvas, geralmente tendenciosas? Na Natureza não existe exceção. Assim como não existe linha reta. As regras permanecem imutáveis. As aberrações e disritmias fazem parte das regras de probabilidades. Mas, nem cientistas concordam com isso. Então, é apenas um exercício dialético que pode ser desinformação, ou exceção...